AOS 20 E POUCO
Cada vez menos jovens brasileiros sabem o que fazer da vida
na fase do início da vida adulta
Tenho 22 anos e ainda não conquistei nada na minha vida.
Acho que isso é comum com jovens adultos de vinte e poucos anos no Brasil.
Acredito que em outros países seja
diferente. Nos Estados Unidos é comum se “libertar” dos pais mais cedo, pois
quando o jovem vai para faculdade, ele geralmente mora sozinho, arranja um
emprego para se manter, etc.
Uma vez eu ouvi uma amiga minha que veio de Governador
Valadares – MG dizer que lá é comum o jovem saber que vai sair de casa quando
entrar na Universidade, pois as Faculdades são longe. Não sei se o pensamento é
esse. Só sei que todo mundo com vinte e poucos anos que eu conheço que moram no
Rio de Janeiro, ainda mora com os pais. Conheço pessoas que aos trinta e poucos
ainda moravam com os pais. Acho que faz parte da nossa cultura. Talvez sair da
casa dos pais somente quando se casar. Porque afinal a vida é dura longe deles,
tem que arrumar tempo para cuidar da casa, da comida, da roupa suja... Isso sem
contar os gastos que tem que ter.
Voltando a falar da minha vida, obviamente moro com meus
pais. E gosto muito. Porque eles sempre me deram a liberdade que eu precisei
ter e ainda me dão tudo àquilo que eu falei ali em cima, de graça. Mas não é
isso o que me assusta. Tenho medo do meu futuro profissional, tenho a impressão
que com 22 anos já deveria estar encaminhada. Faço faculdade de jornalismo,
estou no 5º período e nunca trabalhei na minha área. Conheço pessoas na mesma
situação que eu. Isso me incomoda. Às vezes acho que já estou até velha para
“começar”. Fico tão confusa, parece que não tenho para onde correr. Hoje, para a maioria, o que importa é ganhar
dinheiro. Ser feliz fica para segundo plano. Ou então, acreditam que para ser
feliz, tem que ter dinheiro. E cada vez
mais eu me pergunto: Como vai ser minha vida no futuro? O que eu realmente
quero fazer da vida?
Tenho certeza que não sou só eu que tenho esses
questionamentos. Acredito que a maioria dos jovens de vinte e poucos se
perguntam isso com frequência. Pedro Bial dizia: “Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam aos vinte e dois, o que
queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço
ainda não sabem.” Não sei se isso me tranquiliza ou me preocupa mais. Só sei
que vou ter que viver um dia de cada vez até descobrir. E que me preocupar não
vai adiantar nada. Então, vou vivendo sem me importar! À procura de sempre ser
feliz! J